terça-feira, 31 de maio de 2011

TAÇA NACIONAL: EQUIPAS BUSCAM APOIO DO PUBLICO




Este sábado, 4  de Junho, serão realizados os jogos da primeira mão das meias finais da Taça de Portugal de Futsal Feminino. Aqui ficam os cartazes das respetivas equipas participantes.

NO MASCULINO: RICARDINHO NO CSKA MOSCOVO



Ricardinho vai encetar nova etapa na sua carreira. Depois de ter espalhado magia nos rinques do japão, onde vestiu a camisola do Nagoya Oceans, o «mágico» vai jogar na Rússia, ao serviço do CSKA Moscovo.

O acordo foi conseguido há poucos dias. A Direcção dos japoneses do Nagoya Oceans aceitaram emprestar o esquerdino aos russos do CSKA Moscovo. 
Ricardinho não queria regressar ao Japão, devido aos perigos de radioactividade, depois da catástrofe que deixou um rasto de terror na terra do sol nascente. 
A cedência de Ricardinho é por uma temporada, sendo que os russos ficam com direito de opção de compra do passe do internacional português.

Quem também já assinou foi Cardinal que, recorde-se, foi recentemente dispensado do Sporting, após ter desrespeitado uma ordem do clube de Alvalade que o proibia de se deslocar a Dublin, para assistir à final da Liga Europa, em que o FC Porto venceu, por 1-0, o SC Braga.

De salientar ainda que estes jogadores vão ser treinados por Paulo Tavares, que acabou a época ao serviço do Modicus/Sandim, e rubricou contrato com o CSKA Moscovo por três épocas.

Fonte: bola.pt

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TAÇA NACIONAL: EQUIPAS NAS MEIAS FINAIS

ACADEMIA CARANGUEJEIRA - AF LEIRIA 

QUINTA DOS LOMBOS - AF LISBOA

RESTAURADORES AVINTENSES - AF PORTO

FC VERMOIM - AF BRAGA

domingo, 29 de maio de 2011

TAÇA NACIONAL: RESULTADOS DA 6ª JORNADA



Aqui fica o video com os golos da vitória da Quinta dos Lombos sobre a fragilizada equipa  Águis de S. Gabriel, campeãs distritais de Setúbal.


Série A

Vermoim 11-2 Soutelense
Alves Roçadas 11-1 Pioneiros Bragança

Série B
Vilaverdense 1-2 Restauradores Avintenses
Unidos Estação 2-3 Novasemente

Série C
Paços Negros 4-3 Caranguejeira
Posto Santo 3-5 AD Estação

Série D
Padernense 3-1 Juventude SC 
Águias S. Gabriel 0-6 Quinta dos Lombos

quinta-feira, 26 de maio de 2011

MODALIDADES: PÓVOA DE VARZIM RECEBE LIGA MUNDIAL



Este fim-de-semana, 28 e 29 de Maio, a Póvoa de Varzim acolhe a Selecção Nacional de Voleibol durante a fase intercontinental da Liga Mundial 2011. A cidade será o quartel-general da Selecção Nacional de Séniores Masculinos nesta fase de qualificação.
O Pavilhão Municipal vai acolher, sempre pelas 16 horas, os seis jogos da Poule C da Liga Mundial 2011 que serão realizados no nosso país, sendo, também, o local privilegiado de treinos durante a campanha de preparação e disputa da Liga Milionária, desde este dia 27 de Maio e até 10 de Julho. A Selecção Portuguesa começa a sua participação na Liga Mundial 2011 com a recepção à Finlândia, já este fim-de-semana de 28 e 29 de Maio.
Na Liga Mundial 2005, Portugal alcançou uma histórica quinta posição, tendo sido, então, a única selecção a conseguir vencer o Brasil – equipa com mais títulos na Liga Mundial (9).
Fonte: radio mar

quarta-feira, 25 de maio de 2011

MARATONAS DE VERÃO: BENFICA FUTSAL


MARATHON FUTSAL BENFICA! Atreves-te a entrar???


GRANDE EVENTO DO FUTSAL NACIONAL, NO MAIOR PALCO DE PORTUGAL!

MARATONA MASCULINA E FEMININA, 48H PURO FUTSAL, 2000€ E 1000€ DE PRÉMIOS PARA OS VENCEDORES! 


JUNTA AS TUAS AMIGAS E VEM SER A CAMPEÃ DO FUTSAL ESPETÁCULO! 

INSCRIÇÕES LIMITADAS...SÓ AS 10 PRIMEIRAS ENTRAM!

E TU, VAIS FICAR DE FORA???

NO MASCULINO: RICARDINHO NÃO REGRESSA A JAPÃO


É ponto assente. Ricardinho não vai regressar ao Japão na próxima temporada. A recente tragédia que se abateu sobre o país levou a que os responsáveis do Nagoya Oceans e o internacional luso chegassem a acordo, permitindo, enquanto os nipónicos recuperam do sismo, que o jogador actue, por empréstimo, na Europa na próxima temporada. Espanha ou Rússia são os destinos do “Mágico”. 


Aos 25 anos, Ricardinho poderá estar a um passo de concretizar o sonho de actuar na liga espanhola. O craque português, considerado um dos melhores do planeta, é pretendido pelas principais potências espanholas e, no decorrer da semana, poderá ser dado como reforço do ElPozo Múrcia ou Inter Movistar. Dois tubarões do futsal mundial que tiveram uma época falhada – foram eliminados nos quartos-de-final do campeonato – e que pretendem contar com o melhor jogador português da actualidade para voltar à conquista dos títulos.

Porém, ElPozo Múrcia e Inter Movistar não estão sozinhos na corrida pela contratação de Ricardinho. O CSKA de Moscovo já formalizou uma proposta ao jogador para que este possa, na próxima época, ser companheiro de Cardinal, numa equipa que poderá ser orientada por Paulo Tavares, técnico do Modicus-Sandim. 

Na final da próxima época Ricardinho voltará ao Nagoya para cumprir os dois anos de contrato. A não ser que alguém pague a cláusula de rescisão, fixada em 500 mil euros. O dobro de que os nipónicos pagaram ao Benfica.

TAÇA NACIONAL: SORTEIO DA 2ª FASE


A Taça Nacional de Futsal Feminino vai entrar na derradeira jornada da fase de grupos e apenas 2 equipas já asseguraram o seu lugar nas Meias Finais da competição. A representante da A. F. Leiria, a Academia Caranguejeira com 5 vitórias até ao momento na Série C vai estar presente, assim como, o campeão lisboeta Quinta dos Lombos, que também domina a série D, apenas com vitórias.
Quinta dos Lombos - AF Lisboa

Na série A, o F. C. Vermoim depende apenas de si para conseguir o apuramento, bastando para tal, vencer o derradeiro jogo com o último classificado, o Soutelense. A formação do Alves Roçadas em igualdade pontual, mas em desvantagem no confronto directo, depende de um pequeno desaire da equipa da associação bracarense para se qualificar e respectiva vitória no seu compromisso da 6º jornada.
Academia Caranguejeira - AF Leiria

Por fim, o grande jogo do dia está marcado para Vila Verde na Figueira da Foz, no Pavilhão do GRC Vilaverdense, com a equipa local a defrontar o líder da série B, Restauradores Avintenses. A representante de Coimbra que neste momento está a 3 pontos do topo, terá obrigatoriamente de vencer o jogo por mais de 3 golos de diferença, se quiser aspirar a mais altos voos nesta edição da Taça. Se não houver alterações, o jogo terá início às 16:00 horas de Sábado, dia 28 de Maio de 2011.

O sorteio da 2ª fase realizado ontem, Terça-feira, dia 24 de Maio, ditou os seguintes resultados:

MEIAS-FINAIS – 1ª Mão (4/Jun) e 2ª Mão (11/Jun)

Vermoim ou Alves Roçadas vs Rest. Avintenses ou Vilaverdense
Quinta dos Lombos vs Academia Caranguejeira

A final disputa-se entre os vencedores dos 2 jogos, nos dias 18 de Junho (1ª Mão) e 25 de Junho (2ª Mão).

terça-feira, 24 de maio de 2011

É O PAÍS QUE TEMOS! IGUALDADES DESIGUAIS

O Curso de Treinadores «UEFA Professional» - IV Nível arrancou nesta segunda-feira no Luso, mas sob suspeita. O processo de escolha dos candidatos é contestado por Helena Costa, seleccionadora feminina do Qatar, que avançou com um pedido de impugnação, ao abrigo do direito de petição.O representante legal da treinadora não quis adiantar detalhes do processo, por força do sigilo profissional, mas o nosso jornal apurou que as dúvidas começam logo nas condições de inscrição. O regulamento exige quatro requisitos: possuir o nível III do curso; treinar dois anos nos campeonatos nacionais; estar pelo menos um ano no activo após a conclusão do curso «UEFA Advanced»; não estar sob o efeito de nenhuma medida disciplinar grave ou muito grave. Fernando Couto, por exemplo, levanta interrogações que se estendem a outros candidatos. O director desportivo do Sp. Braga nunca assumiu a condição de treinador.



Preenchidas as condições de inscrição, os candidatos são ordenados de acordo com critérios de selecção também contestados. «É uma perfeita injustiça entre candidatos masculinos e femininos», defende Joaquim Loureiro, lembrando que apenas as internacionalizações pela selecção principal masculina contam. «Dizer que os critérios são igualitários é uma falácia. Os critérios não permitem a entrada de mulheres, e é por isso que nos últimos três cursos só entrou uma, que foi a seleccionadora Mónica Jorge», acrescentou o advogado.


Sentimento de injustiça nasceu em 2009
«Estão em causa duas circunstâncias: em primeiro lugar os critérios de selecção, que não são igualitários em relação a treinadores e treinadoras; e em segundo lugar a eventualidade de existirem candidatos admitidos que não preenchem os requisitos», explicou Joaquim Loureiro, advogado de Helena Costa, ao Maisfutebol.

Esta não é a primeira vez que Helena Costa contesta a forma como são organizados os cursos de treinadores da Federação Portuguesa de Futebol. Em 2009 foi pedido um parecer à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), favorável à posição da treinadora. «A federação entendeu que dizer-se que não havia igualdade era uma injustiça. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) foi informada. A F.P.F. disse que tinha alterado os regulamentos. Passou a referir-se a treinadores e treinadoras, mas as competições femininas continuam a não contar», sustenta Joaquim Loureiro.

O advogado de Helena Costa entende que o pedido de impugnação «dificilmente vai alterar alguma coisa», mas defende que era altura de tomar uma medida. «O curso já começou, e a Profª. Helena está no Qatar, mas o mais importante é expressar a injustiça que ela sente, por não preencher os requisitos em igualdade com os colegas. Esta não é uma batalha de hostilidade, mas ela sente que o máximo que pode aspirar é ao III nível.»

MARATONAS DE VERÃO:24H JUVENTUDE S.PEDRO


Pelo quinto ano consecutivo, o Clube Desportivo Juventude S.Pedro, de Barcelos, vai organizar um Torneio 24h de Futsal Feminino. Os interessados deverão inscrever-se até o dia 2 de Junho para os contatos acima descritos. A inscrição é de 65 Bolas e o torneio acontecerá no Pavilhão Municipal de Barcelos.  

domingo, 22 de maio de 2011

MARATONAS DE VERÃO: LADIES FUTSAL CUP 2011


A Mini-Maratona Ladies Futsal Cup 2011 será disputada dia 11 de Junho na Amadora, no Excelente Pavilhão da Escola Secundária Seomara da Costa primo, tendo a particularidade de ser jogada por 8 equipas, disputando todas elas o mesmo numero de jogos: 6!

Todos os jogos terão a duração de 18 minutos, permitindo desta forma, realizar o Evento entre as 10h e as 20h. Todos os jogos serão arbitrados por 2 juízes credenciados para o efeito, existindo ainda mesa oficial de jogo! As equipas podem ser constituídas por 20 jogadoras, sendo as substituições ilimitadas.

A Linksport entregará uma Taça digna da final da Liga do Campeões à Equipa vencedora do Evento, bem como os habituais prémios individuais. Será ainda redigida crónica do Evento, bem como teremos report fotográfico. Serão ainda entregues águas ás equipas participantes

O Evento conta com o apoio FutsalPortugal, Mais Futsal, Clube Futsal, FutsalGlobal, Correio Cascais, Correio Sintra, Sintra Desportivo e FutsalTotal19. Garanta já a inscrição da sua Equipa  por apenas 140€, através de Tiago Soares - 918263132

FONTE: Linksport

MARATONAS DE VERÃO: ACD MINDELO


O ACD Mindelo, da AF Porto, vai organizar pelo sexto ano consecutivo a tradicional e prestigiada Maratona de Verão. Os interessados deverão inscrever-se até 12 de Junho.

TAÇA NACIONAL: RESULTADOS DA 5ª J



SÉRIE A
Alves Roçadas 7 - 1 Soutelense

Pioneiros Bragança 0 - 7 Vermoim

SÉRIE B

Restauradores Avintenses 3 - 0 Unidos Estação
Vilaverdense 2 - 1 Novasemente

SÉRIE C

Posto Santo 2 - 3 Caranguejeira
Paços Negros 1 - 4 AD Estação

SÉRIE D

Águias S. Gabriel 2 - 3 Juventude de Évora
Quinta dos Lombos 2 - 0 Padernense
Aqui fica o video da vitória da Quinta dos Lombos, que amanhã já estará presente, juntamente com o Caranguejeira, no auditório Manuel Quaresma, na sede da FPF, para a segunda fase do sorteio da Taça Nacional. As restantes equipas da Série A e da Série B terão de esperar pela última jornada para saber quem ficará apurada. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

TAÇA NACIONAL: SORTEIO DA 2ª FASE

TAÇA NACIONAL: 5ª JORNADA


SÁBADO, 21 DE MAIO
SÉRIE A



Alves Roçadas X Soutelense
Pioneiros Bragança X Vermoim

SÉRIE B

Restauradores Avintenses X Unidos Estação
Vilaverdense X Novasemente

SÉRIE C

Posto Santo X Caranguejeira
Paços Negros X AD Estação

SÉRIE D

Águias S. Gabriel X Juventude de Évora
Quinta dos Lombos X Padernense

ENTREVISTA:ORLANDO DUARTE PARA ANTENA1


ORLANDO DUARTE NUMA ENTREVISTA ESCALDANTE PARA A ANTENA 1/RECORD. DECIDIDAMENTE CADA VEZ MAIS VOZES SE REVOLTAM CONTRA A DESCONTEXTUALIZAÇÃO DO FUTSAL E AS SUAS RESPETIVAS ORGANIZAÇÕES, FPF,  UEFA, FIFA EM QUE ESTÃO INSERIDOS. 

Ainda há muitos passos que o futsal tem de dar para se impor definitivamente?
ORLANDO DUARTE – Há uma coisa importante. Os clubes deixaram de olhar para o umbigo deles e começaram a olhar para o futuro imediato. Reuniram-se todos e a intenção é muito boa. Espero que vão em frente e lutem por esta modalidade. Há outra coisa: quando havia uma federação internacional, foi mais ou menos desativada pela FIFA. Aglutinou-se o futsal mas não foi para o desenvolvimento do futsal. Foi mais para o controlar. Não se percebe, por exemplo, como é que a UEFA organizou um Europeu de sub-21 há 3 anos e agora não se sabe quando e sequer se vai haver próximo. Não há competições para jovens nem para equipas femininas.
Acha que isso é uma estratégia da FIFA e da UEFA?
ORLANDO DUARTE – A intenção é a de controlar o crescimento do futsal. Assumindo que não queriam que se desenvolvesse muito. Todos os anos na confederação sul-americana há um campeonato feminino e outro de sub-20. Na Ásia a mesma coisa. Só na Europa e em África é que não existe nada. E em África percebe-se, pela enorme desorganização. Na Europa, que é a confederação melhor organizada, não se percebe. E a FIFA também não se preocupa com nada disto.
O que se espera que os clubes façam com estas reuniões?
ORLANDO DUARTE - Espero que marquem posição em relação ao que todos nós queremos, que é traçar uma estratégia futura para a modalidade. Por exemplo: é importante que haja gente que se ocupe com o futsal na FPF. Há lá pessoas que trabalham para o futebol, desalmadamente, mas também para o futsal, e o caminho não pode ser esse. Tem de haver uma estrutura só para o futsal, e foi por isso que lutei durante todos estes anos.
É hoje impossível ignorar que o futsal está num plano invejável. Acha que há um medo qualquer da FIFA e da UEFA em relação à modalidade?
ORLANDO DUARTE – É fácil perceber. No desporto escolar é de longe a modalidade mais praticada. As outras modalidades juntas não chegam ao futsal. Isto parece-me mais uma questão geracional. Há pessoas mais antigas que se calhar pensam que isto vai tirar gente ao futebol. Mas não é esse o problema. Temos muitos jovens que não saem de casa e do quarto e ficam agarrados às play stations. Saiam de casa, pratiquem futsal, futebol ou outra coisa qualquer! Só que há pessoas que não entendem bem isto, porque o futsal não vem tirar espaço ao futebol. Vamos dar condições àqueles que não fazem nada, ao contrário de nós, que jogávamos na rua. Tudo isso quase desapareceu. Essa atividade é o que os miúdos hoje não têm. Nas escolas o que é que temos? Só conheço duas que têm campos de futebol. As outras milhares tem campos de futsal. O desporto escolar é futsal, não é futebol. Depois, é tudo uma questão de saber canalizar para uma modalidade ou a outra. Isso é com eles, ou com os pais ou os professores. Eu joguei futebol, fui internacional, vejo alguns jogos, principalmente do Barcelona; mas também adoro futsal e reparo que ninguém retira espaço a ninguém. Só que tudo isso começa na FIFA. Enquanto estiverem lá esses cacos velhos, seremos sempre o parente pobre do futebol.
Sente que a modalidade está preparada para travar esse combate?
ORLANDO DUARTE - Claro que está. Isto é uma bola de neve. Cada vez os jornais têm de dar mais espaço ao futsal, porque as pessoas gostam. No jogo de Oliveira de Azeméis, na final da Taça, havia 4 mil lugares no pavilhão, mas se calhar eram muito mais os interessados em ver o jogo. Houve jogos de futsal no Pavilhão Atlântico com 10 mil pessoas. E depois, sem querer com isso fazer comparações, vemos jogos de futebol com 500 pessoas na liga principal. No fundo, há que ver o que as pessoas gostam e ir ao encontro delas.
Para ver o video da entrevista completa clique em baixo em Antena 1.
Fonte: Record e Antena 1

ENTREVISTA: JORGE BRÁZ



Processo de continuidade


Que balanço faz destes dez meses no comando técnico da Selecção Nacional?

O balanço é extremamente positivo. No fundo é uma continuidade de princípios e de processos de organização. Basicamente o que há de diferente é o facto de estar eu a liderar este processo. De resto, acaba por haver aqui uma vontade de dar continuidade e de potenciar o que já existia, que era muito bom, e do qual em que eu já fazia totalmente parte. Além disso, fomos precavendo ligeiramente as etapas competitivas futuras. A exigência competitiva que havia para este ano foi igualmente cumprida. E desse ponto de vista, tem sido muito positivo.


Dentro desse processo de continuidade, há algum ponto que distinga o actual Seleccionador Nacional do anterior?

Fortemente penso que não. Agora, a questão é que queremos sempre evoluir mais e temos de procurar novas metodologias, pequenos princípios que possam potenciar mais a nossa qualidade. Desse ponto de vista, há pequenas alterações normais e naturais que vão surgindo com o evoluir do processo. Mas não há qualquer ruptura. Já antigamente se trabalhava com bastante qualidade e claro que temos que dar continuidade a essa qualidade, tentando cada vez aparecer melhor.


Cada vez mais perto dos melhores

Os recentes jogos com a Espanha e o Brasil serviram de barómetro para certificar o momento actual da Selecção Nacional que acabou por bater-se de igual para igual. Este é um sinal que já estamos no topo ou pelo menos muito perto deles?

Acredito que sim. Temos de bater-nos de igual para igual seja com quem for, pelo menos do ponto de vista da nossa ambição e exigência. Toda esta estrutura e todos os jogadores que vêm ao espaço desta Selecção têm de perceber que queremos ganhar coisas e sermos cada vez melhores, e, isso implica vencermos os melhores. Do ponto de vista formativo, tentamos ver a melhor forma de o fazer. Às vezes acertamos, outras vezes não, mas julgamos que estamos no caminho certo.

Os jogos com o Japão e com a Roménia também foram extremamente interessantes para as nossas etapas de formação, porque há selecções cada vez mais fortes.

Todas as etapas de preparação do ponto de vista formativo foram positivas. Do ponto de vista competitivo, foi pena, porque era interessante vencer a Espanha e o Brasil. Mas mais interessante será quando for a sério, e aí, temos de perceber se do ponto de vista da nossa qualidade e organização, nos conseguiremos bater. Quando estiverem títulos em questão, temos de perceber que não é só discurso, é sim, olhar para a realidade e ver que temos competência para isso, sendo ambiciosos a todos os níveis.


E isso significa que poderemos ter um título de selecções em breve? 

Temos de nos preocupar é com a qualidade da equipa em termos de organização, trabalho e estrutura, até porque estruturalmente há muitas coisas a melhorar. É essa a nossa preocupação, com as tarefas que nos levam a ter qualidade para poder ganhar coisas. Depois, o ganhar geralmente está associado a quem tem qualidade e é competente.

Nós, equipa técnica, temos de trabalhar todos os dias em termos de observação e acompanhamento rigoroso, para depois tentar sustentar de forma modelar o futuro do futsal. Na questão dos treinos, cada vez que estivermos juntos, procuraremos ter muita qualidade e ser extremamente competentes. Quando conseguirmos ter toda a gente com princípios e ambição comuns, revelando essa competência, vamos de certeza associar objectivos competitivos interessantes aos objectivos formativos.


Ainda assim, no último Europeu a Selecção Nacional acabou por sagrar-se vice-campeã. Na Croácia já poderemos ver Portugal como um candidato reforçado ao título?

Quando lá chegarmos vai ser uma época e meia a mais de preparação. Se eu digo que queremos sempre evoluir mais, temos toda a legitimidade em querer mais esse bocadinho. Mas não estamos preocupados com isso, porque ainda temos a qualificação para o Mundial, isto para além de etapas competitivas de preparação antes do Europeu.

Sabemos que as selecções vivem de momentos e de fases, e só temos de preparar condignamente cada uma das fases que iremos ter. Chegados ao Europeu, é simples: temos de estar preocupados com o nosso primeiro adversário.
A exigência dos adeptos face à qualidade da Selecção

Falou da fase de qualificação para o Mundial. O facto dos adeptos portugueses ‘exigirem' a presença de Portugal em todas as fases finais das grandes competições é um sinal de que a qualidade da Selecção Nacional é cada vez mais atestada. Esse facto traz-vos mais responsabilidades ou motivo de orgulho?

Mais orgulho do que responsabilidade. Ter de trabalhar neste espaço com os melhores é por si só sinal de responsabilidade, mas responsabilidades dessas gostamos nós. A nossa paixão por isto e a vontade de trabalhar com grande qualidade e empenhamento todos os dias é notória, seja aqui ou onde for. E sendo neste espaço, isso é ligeiramente reforçado. Ninguém quer mais a qualificação do que nós próprios. Não estou preocupado com isso. Preocupa-me sim, ser competentes para vencermos os melhores que ainda não vencemos em competições a sério.

A quem é incumbida a maior responsabilidade é a nós próprios, mas é bom que haja essa exigência e esse reconhecimento. Ainda bem que se diz que é ‘obrigatório' estar nas grandes competições. Era pior se as expectativas fossem mais baixas, era sinal de que não tínhamos grande qualidade e necessitávamos de andar a construir tudo de novo.

Apesar de esta última convocatória ser constituída quase na totalidade por jogadores novos, a verdade é que a Selecção Nacional apresenta-se se nos jogos praticamente com os mesmos atletas. O seleccionador brasileiro, Marcos Sorato, dizia aqui há tempos que a sua Selecção perde algum entrosamento pelo facto de ter muitas vezes de fazer duas convocatórias diferentes para os seus compromissos. Qual das duas situações é mais do seu agrado?

Ele tem um problema complicado (risos). No nosso caso, se faltar algum jogador, paciência, teremos outros. Mas é evidente que não temos quantidade/qualidade com competência ao mais alto nível e isso é visível para muita gente. Agora, temos gente nova a aparecer com muita qualidade, mas que não trabalha pelo menos em volume suficiente para, por exemplo, aparecer já no Europeu.

Na Selecção Nacional temos um leque restrito de muita qualidade e competência, mas se falharem dois ou três jogadores com determinado perfil e determinadas características, obviamente que a Selecção sente isso, ao contrário do Brasil, que tem um bom problema como costumo dizer. É claro que não me importava nada de ter tanta escolha, mas estamos preocupados com a nossa realidade, com vontade de precaver o futuro, às vezes ultrapassando etapas que deveriam ser cimentadas de outra forma. Mas os que cá estiverem, terão muita qualidade com toda a certeza.
O futuro está garantido

Acredita que destes 20 jogadores que convocou para este estágio possam vir a surgir boas soluções para o futuro da Selecção Nacional?

Sim, estes e outros que não estão cá. Há jovens a surgir com muita qualidade. Toda a competência deles depois constrói-se com trabalho, porque só com trabalho é que conseguimos ter sucesso. O talento cada vez chega menos. A verdade é que temos muita gente com talento que precisa de trabalhar, reforçar e cimentar esse dom.


O trabalho a que se refere tem também um pouco a ver com o que se faz nos clubes. Sente que os jogadores já chegam melhor preparados à Selecção em relação há alguns anos atrás quando era adjunto de Orlando Duarte?

As coisas têm vindo a melhorar bastante. Há clubes a trabalhar com muita qualidade, independentemente de algumas dificuldades estruturais que existem hoje em dia. Mas cada vez mais os jovens jogadores têm noção das exigências e mais conhecimento do jogo, contribuindo para isso o aparecimento de cada vez melhores treinadores. Se há agentes desportivos que têm melhorado imenso e que se preocupam em evoluir constantemente ao longo deste processo evolutivo do futsal, sem dúvida que têm sido os treinadores.

Equipa técnica que se complementa

O Professor José Luís tem sido o complemento perfeito no trabalho da equipa técnica?

Já pertencemos há muitos anos à equipa técnica da Selecção Nacional Universitária, apesar de não se dar muitas vezes o realce devido a essa selecção, que já trabalha desde 1996. Ainda joguei sendo o José Luís meu treinador e em 1998 passámos a formar os três a equipa técnica (Orlando Duarte, José Luís e Jorge Braz).

Existe uma continuidade de ideias, para além de ter sido uma escolha óbvia e natural, porque é uma pessoa com competência acima da média, à qual acresce-se um valor humano, de liderança, de regras e de vida colectiva ideais para estar numa Selecção. Hoje em dia nem sempre se conjugam esses valores com a competência técnica, mas o José Luís tem sido uma extensão fantástica. É uma equipa técnica à séria. Ser ele ou ser eu, é a mesma coisa.
Que diferenças existem entre trabalhar em clubes e na Selecção Nacional?

Há a diferença da continuidade do cimentar do ‘chip' da Selecção, que às vezes torna-se complicado pelas poucas etapas de preparação. Vamos terminar esta época com 43 treinos, números que as pessoas às vezes não têm noção.

Na equipa ‘central' da Selecção já existe gente com muitas internacionalizações, com muitas unidades de treino neste espaço e que estão perfeitamente identificados com determinados princípios e regras de vida colectiva que cimentam toda a nossa competência.

Mas são funções ligeiramente diferentes. Aqui, muito mais estratégicas a todos os níveis. Na planificação, na visão futura, na observação e nas decisões momentâneas que têm de ser forçosamente acertadas. No clube, temos um trabalho estratégico também, mas muito mais táctico, porque mexemos nisso diariamente. Adorei trabalhar nos clubes, mas também estou a adorar trabalhar na Selecção, gosto que já não vem de agora, uma vez que tive o privilégio de trabalhar com o Orlando Duarte.
Mudanças à vista

Recentemente a equipa técnica nacional promoveu em Coimbra uma reunião entre treinadores. Acabou por ser proveitoso esse encontro? Que ideias-chave retiraram para o futuro do futsal português?

O principal objectivo foi de reactivar esse espaço de discussão, mais do que propriamente as ideias fundamentais que daí tenham saído nesta fase. É importante os treinadores discutirem em local próprio.

Agora, saíram algumas ideias-chave que foram entregues devidamente documentadas na Federação Portuguesa de Futebol, que têm a ver com as preocupações com a formação e a organização das competições nacionais. Aproveitámos também para clarificar todo o trabalho que fazemos na Selecção, de modo a haver uma maior aproximação, até porque nós dependemos muito dos clubes. Nesta fase, o futsal necessita de um associativismo maior, de ideias gerais e comuns de toda a gente. E nesse aspecto, acabou por ser muito interessante.

Segundo a opinião quase generalizada, os quadros competitivos encontram-se desajustados. Acha que estes necessitam de mudanças fortes?
Algumas ideias foram apontadas, mais nas competições femininas e de formação. As Taças nacionais têm um modelo que já está em vigor há muito tempo e às vezes é preciso dar um passo em frente. Parece-me que podia-se potenciar algumas coisas de forma, mais ou menos ambiciosa, mas enquadrá-las com a actualidade.

E essas ideias têm pernas para andar?
Isso agora já depende de quem decide. Os treinadores tinham-nos manifestado essas ideias, os clubes agora também transmitiram algumas. Quem tem de tomar essas decisões, pelo menos já conhece quais são as preocupações da área técnica e da maioria dos clubes e isso já é extremamente importante para se poder avançar.
Futsal português é competitivo

Não lhe parece um contra-senso, numa altura em que Portugal tem obtido os melhores resultados internacionais a nível de Selecção e de clubes, haver um declínio competitivo no plano interno?

Face à conjuntura actual, existem dificuldades que alguns clubes estão a passar, mas temos de ter alguma capacidade para analisar correctamente o que acontece. Houve dois casos de duas equipas na primeira divisão que tiveram alterações bruscas nas suas estruturas. Aconteceram goleadas nessas duas situações, mas no resto não me parece que as equipas tenham perdido assim tanta qualidade. Basta ver o equilíbrio da primeira jornada do Play-off.

Quem acompanha constantemente a segunda e terceira divisão, constata que há equipas, projectos e jovens talentos com qualidade, com níveis competitivos muito engraçados. Portanto, não me parece que haja essa falta de competitividade.

Agora, estamo-nos a agarrar a dois casos muito particulares que aconteceram na primeira divisão, que não deviam acontecer, e então foi o chavão para a discussão durante toda a época. Catalogar o Campeonato só por causa disso, parece-me errado e injusto para outras equipas extremamente organizadas que vão-se adaptando às dificuldades estruturais e financeiras, face à conjuntura global do desporto e do país em geral.

Mas a sensação que dá é de que ainda não chegámos ao nível competitivo de outros países e a menor habituação a jogos com intensidades elevadas parece ser fundamental na altura das grandes decisões nas competições internacionais. Concorda?

 Poderemos crescer muito mais estruturalmente e resolvermos algumas coisas. Agora, temos de ter consciência que neste momento é dificílimo haver um grande leque de equipas profissionais. Sabemos que a maioria das equipas até só treina ao final do dia. Depois isso também se reflecte ao nível das competições.

Temos é que nos preocupar em potenciar mais o futsal. Como? É fácil. Quem vai surgir no futuro está na formação, então temos que olhar para as competições da formação e dar outra qualidade aos nossos jovens em termos competitivos. Também não nos podemos esquecer de potenciar igualmente as estruturas superiores, tal como a primeira divisão.

Há outras coisas que teremos de olhar com outros olhos. Tais como coordenar a estrutura escolar e universitária. Já foram tantos os mundiais universitários que tivemos, que coordenados de outra forma é mais um espaço de elite para imensos jogadores jovens surgirem. Haver também uma maior coordenação entre todos os espaços de formação de futsal que existem, garantindo assim uma visão mais global, pode ser igualmente um bom indicador.