terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PEDRO SILVA EM ARTIGO: É URGENTE MUDAR!

Pedro Silva, treinador do ACD Mindelo em artigo


Numa altura em que se fala bastante sobre as alterações nos quadros competitivos nacionais, creio que urge, neste momento, falar sobre uma profunda alteração na organização dos nos quadros competitivos distritais, o que na minha opinião, se traduzirá num aumento da competitividade, da motivação e acima de tudo, da qualidade.
Neste momento, os campeonatos femininos da AF Porto estão divididos em 2 divisões, contabilizando 12 equipas na 1ª Divisão e 8 equipas na 2ª divisão, jogando-se a 2 voltas e os primeiros classificados no final das mesmas são designados os campeões distritais.
Tendo em conta o panorama actual, creio que esta organização não é a que melhor defende os interesses do futsal feminino na AF Porto, pois proporciona grandes desequilíbrios competitivos, motivacionais e qualitativos, levando a que o mesmo se torne pouco atractivo.

Tendo isto em conta, a minha sugestão é a seguinte:
Acabar com a 2ª divisão e criar apenas a 1ª divisão, mas dividida por séries, tal como acontece na AF Braga, existindo um campeonato a 2 voltas, sendo que os primeiros 4 classificados de cada grupo, qualificar-se-iam para uma fase final (Play off) e lutariam num campeonato entre si para decidir o campeão distrital e representante da AFP na Taça Nacional. As restantes equipas, disputariam o Play Out, também através do mesmo sistema de campeonato a 2 voltas, sendo que o vencedor ganharia um título (a competição poder-se-ía denominar por exemplo: Taça Extraordinária AFP).

Com este sistema creio que haverá as seguintes vantagens, relativamente à estrutura actual:
 Económica:
As séries seriam organizadas por ordem geográfica, o que traduzir-se-ia em deslocações menores, e obviamente menos custos.
Competitiva:
A existência de um Play off, faria com que existissem um maior número de jogos com um níveis de dificuldade superior, pois com as 8 melhores equipas a jogarem entre si proporcionariam uma maior exigência a todos os intervenientes do jogo (treinadores, atletas, árbitros, etc), traduzindo-se obviamente num aumento de qualidade na modalidade, além de que, quanto mais competitividade houver, mais preparadas estarão as equipas que depois seguirão para a Taça Nacional em representação da nossa Associação.
Além disso, esta formula também ajudaria a que existisse um maior equilíbrio nas equipas que forem ao Play Out, visto que assim também poderiam competir por um título, com equipas do “seu” campeonato, levando a que houvesse competição até ao final da época, mas alicerçada numa evolução gradual e sustentada, ideal para equipas jovens ou mais limitadas, que desta forma poderiam crescer com competitividade, mas com paciência e organização.
Motivacional:

O facto de ser uma 1ª Divisão é, à partida, uma maior motivação para todas as equipas e permitiria, no meu ponto de vista, trazer mais e melhores técnicos e atletas para o campeonato distrital feminino. Depois, e para mim um dos factores mais importantes, existiria a possibilidade das equipas poderem lutar por um objectivo até ao fim, seja no Play Off ou no Play Out, pois neste momento, como existem poucas equipas a lutar pelo título, a meio da época já quase que se sabe quem é que vai ser campeão, perdendo-se o interesse pela competição e levando a que muitas vezes a luta pelos lugares do meio da tabela seja mais interessante que a luta pelo título… Desta forma, mesmo que uma equipa ficasse em 4º lugar na fase regular, continuaria com aspirações de poder chegar ao título, premiando também a sua evolução ao longo da época, pois como no inicio da época as equipas ainda estão a definir um modelo de jogo, a adaptarem-se a novos métodos de trabalho, novas atletas, etc, não estão tão fortes como estarão na fase final da época, onde já poderiam lutar pelo título de uma forma mais estruturada.
Dou como exemplo a época corrente, em que alguns dos principais candidatos defrontaram-se logo nas primeiras jornadas, criando logo no início um “fosso” entre as mesmas, levando a que o interesse competitivo diminuísse e que neste momento, apesar de algumas equipas já terem evoluído e atingido outro patamar qualitativo que não tinham no início, já praticamente não têm possibilidades de lutarem pelo primeiro lugar…
Pior ainda acontece com as equipas do meio da tabela, que praticamente desde o meio da época, já sabem que não descem, mas também não podem lutar pelos lugares cimeiros, o que faz com que andem quase meia época apenas a “cumprir calendário”, o que leva à desmotivação, e obviamente, estagnação no seu crescimento, o que em nada ajuda na evolução da modalidade e muitas das vezes origina desistências de equipas, tal como tem acontecido nos últimos anos na AF Porto, em que todas as épocas, várias equipas desistem por este motivo.
Fica então aqui a minha opinião sobre algo que eu creio ser urgente reestruturar para que possamos inverter a tendência das últimas épocas, e acima de tudo, aumentar a competitividade e a qualidade do futsal feminino na AFP e para que o futuro da modalidade na nossa Associação não venha, a curto prazo, ficar comprometido.

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