Pisko, tem sido notória uma elevada melhoria da
qualidade das jogadoras portuguesas de futsal. Mesmo sem campeonatos com quadros
muito competitivos, a Selecção Nacional A tem alcançado excelentes resultados
nos últimos tempos. Tu
tens participado em todo esse sucesso e tens, já, um percurso notável no futsal
da AFPorto e da FPF.
Quando falas com as tuas colegas na Selecção
qual é a opinião delas sobre a qualidade dos campeonatos das várias associações?
Pisko - Como é notório, existem associações com
campeonatos femininos onde a sua qualidade e competitividade tem vindo a
crescer. Nestes últimos anos, não são apenas os campeonatos de Porto de Lisboa
que se destacam. Associações como a de Braga, Coimbra, Leiria e até mesmo
Aveiro têm vindo a trabalhar no sentido de encurtar distância para as mais
competitivas, prova disso são as campeãs desses mesmos distritos que na disputa
da taça nacional conseguem resultados muito bons e criando dificuldades a todas
as equipas.
Da minha parte, como represento neste momento os Restauradores
Avintenses, equipa da AF Porto creio que a competitividade neste distrito tem
vindo a diminuir o que me entristece bastante. A nossa região tem bastante
tradição no futsal e por isso acho que deve haver um esforço por parte de todos
para que o trabalho de algumas equipas tenha mais qualidade. Só assim pudemos
aumentar a competitividade no distrito e aumentar o nosso rendimento. Pode
parecer difícil mas existem equipas de jogam exactamente da mesma forma de há
uns 10 anos atrás, não se evidencia qualquer evolução quer das atletas quer do
modelo de jogo em si.
Como é que se motivam para chegar em bom nível
aos grandes palcos?
Pisko - Na selecção a motivação existe sempre.
Estarmos entre as melhores e representarmos o nosso país é o sonho de qualquer
atleta. As competições a nível de selecções não são tão frequentes e por isso não
é todos os dias que somos as eleitas do seleccionador para estarmos presentes. Além
disso estar entre as melhores e jogar contra as melhores selecções é o melhor
estímulo que se pode ter.
Uma vez anunciado a criação do Campeonato
Nacional, em que medida este pode contribuir para a melhoria da qualidade dos
resultados da Selecção Nacional e se com a melhoria competitiva do Campeonato
poderemos, assim, pensar em conseguir a títulos internacionais com a nossa
Selecção?
Pisko - Um campeonato nacional vai fazer com que todos
os fins de semana se disputem jogos à partida mais difíceis que os do
distritais, ou seja, vamos estar um ano a competir com as melhores equipas e não
apenas 2 meses. Todos os clubes que disputarem o campeonato nacional vão
certamente lutar para alcançar esse mesmo título e para isso terão de aumentar
a sua qualidade de jogo.
Cada jogo disputado será muito importante para as
contas finais e por isso não haverá um certo desleixo que, quer queiram quer não,
acaba sempre por existir quando não temos jogos atractivos e disputados no
distrital. Assim sendo, estão criadas condições para que tanto as equipas como
as respectivas atletas consigam evoluir tornando-se mais competentes e
superando determinados factores que ainda nos deixam em desvantagem quando
competimos com Espanha e Brasil. Se mesmo agora não existindo um campeonato
nacional podemos competir com elas na disputa de qualquer título, então num
futuro próximo estão reunidas todas as condições para sermos sempre candidatas
a todos os títulos internacionais.
Quais são as tuas expectativas para o Futsal
Português nos próximos anos, tendo em conta esta onda positiva que se vive com
esta nova direcção da FPF?
Pisko - Esta nova direcção já mostrou que quer
definitivamente colocar o futsal português num patamar mais alto. Não
podemos exigir tudo ao mesmo tempo, é preciso criar condições sustentáveis para
um crescimento da modalidade sobretudo no feminino. Daqui a uns anos prevejo um
aumento do numero de atletas e inclusive, um crescimento da qualidade
praticada.
E por último, gostaríamos de saber quais
os teus objectivos para a próxima época?
Pisko - Como sempre, trabalho para grandes conquistas.
Nem sempre é possível conseguir tudo a que nos propomos mas passo a passo tudo
se torna mais fácil. A nível de clubes pretendo ser novamente campeã distrital
para estar presente na Taça Nacional. Caso isso aconteça, é preciso trabalhar
ainda mais para alcançar o título nacional. A nível de selecções pretendo
continuar a ser presença constante nas eleitas de Jorge Braz e competir de
forma a conseguir também um título a nível de selecções. Acho que o futsal
feminino merece uma conquista de uma grande competição internacional.
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