quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA: RITA SÁ

O magiadofutsal foi ao encontro da guardiã Rita Sá que defende a baliza da A. R. J. Mogege, equipa que disputa o Apuramento de Campeão da A. F. Braga e ambiciona o título distrital. Fiquem com o resultado.


Preferências da Atleta
- Bebida favorita: Limonada
- Comida predileta: Coelho à moda do Picoto
- Sobremesa preferida: Tarte de Limão
- Uma música: I am mine – Pearl Jam
- Um filme: A Origem
- Um defeito: Teimosa
- Uma qualidade: Solidária
- Filosofia de vida: "O ridículo não existe; os que ousaram desafiá-lo de frente conquistaram o mundo. " (Octave Mirbeau)
- Jogador (a) de referência: João Benedito
- Desporto de eleição: Futsal

S. C. Maria da Fonte 2007/2008

- Como surgiu a "paixão" pelo Futsal?
Descobri o Futsal um pouco por acaso. Desde pequena que adoro praticar desporto, cheguei a praticar Natação, Andebol e Judo mas foi no Futsal que descobri a minha paixão. Na escola jogava sempre com os rapazes e, a conselho da professora de educação física, os meus pais começaram a procurar-me uma equipa de futebol. As que havia por perto não iam de encontro ao meu horário escolar e, na altura, a opção mais viável foi ingressar numa equipa de futsal perto de casa. Apesar de não ter sido a minha primeira opção hoje estou grata por me ter associado a este desporto que a cada passo me apaixona mais.


G. D. Porto d’Ave 2009/2010

- Qual o teu percurso desportivo como atleta?
Comecei a jogar futsal na equipa ASCREDNO-Nogueiró e, no ano seguinte, transferi-me para o SC Maria da Fonte onde permaneci seis épocas. Na época 2009/2010 ingressei no Porto d’Ave onde joguei um ano. Na época passada estive meia época no S.C. Gondomar e a restante na ADERMogege (Concelhio). Este ano represento a equipa da Rede Jovem Mogege/Coelima/IESFafe.


Rita no S. C. Maria da Fonte

- Qual a posição que ocupas em campo e como te defines enquanto jogadora?
Sou guarda-redes, ou seja, ocupo um lugar de destaque na equipa, dado que acabo por ter uma participação importante no jogo, pois por mim passam as últimas ações defensivas e as primeiras ações ofensivas. Esta responsabilidade faz com que eu sinta a necessidade de estar sempre em bom nível e para isso trabalho muito.
Defino-me como alguém com a capacidade de estar sempre concentrada, o que se revela importante uma vez que, em grande parte dos jogos, tenho pouco trabalho e quando sou chamada a intervir tenho de dar a máxima segurança à equipa. Posso ainda dizer que o facto de conseguir ter boa coordenação me permitiu melhorar significativamente, quer ao nível da velocidade, aqui englobo a de deslocamento e de reação, quer ao nível da agilidade, pontos fulcrais para o bom desempenho de um guarda-redes de futsal.



- Na posição de guarda-redes é necessário um trabalho específico. Achas que os clubes têm treinadores formados para a posição ou sentes que há uma lacuna nesse campo?
Pelo que já referi na questão anterior torna-se de extrema importância esse trabalho específico. Eu, no meu clube, tenho o privilégio de usufruir desse trabalho, dado que temos um treinador específico para as guarda-redes, onde todo o trabalho é pensado e feito em prol dos aspetos que temos de recorrer durante um jogo e em especial aqueles que temos de melhorar. Relativamente aos outros clubes desconheço a realidade mas sou completamente de acordo que, tratando-se de um posto tão específico, necessita de uma formação também ela específica.

- Este ano representas a equipa a A. R. J. Mogege. Como está a correr a época desportiva?
Está a ser extremamente positiva! Tenho trabalhado com pessoas que confiam no que sou e, principalmente, no quanto posso evoluir. É um grupo fantástico com pessoas extraordinárias e é com um prazer enorme que com elas tenho partilhado grandes momentos. É com enorme gratidão que caminho para cada treino e jogo pois quando se conhece este tipo de confiança e união, o sorriso e a motivação são únicos.
Desportivamente falando estamos a disputar a fase de apuramento do campeão distrital e temos vindo a evoluir bastante. Temos trabalhado muito e mantendo todo este empenho estou certa de que podemos alcançar o brilho das melhores. Foi, sem dúvida, uma aposta ganha.


A. R. J. Mogege 2011/2012

- Quais os teus objetivos individuais e coletivos?
Este é um ano de objetivos. Em equipa trabalhamos para ser campeãs e unidas temo-nos dado a esse objetivo com enorme dedicação. Individualmente o meu trabalho passa por ser cada vez mais e melhor e sobretudo chegar a um grande nível enquanto guarda-redes.

- Qual a tua opinião acerca da estrutura do Futsal Feminino na A. F. Braga? Propunhas alguma mudança?
Dado o número de equipas inscritas e as datas a cumprir para o fim do campeonato pareceu-me que a opção por duas séries foi a mais sensata.

- Neste momento em Portugal não existe um Campeonato Nacional de Futsal Feminino e talvez para já não seja o momento adequado para que exista. Concordas?
Dadas as conjunturas económicas que o país e os clubes atravessam não me parece viável a criação de um Campeonato Nacional de Futsal Feminino, mas começar por um formato tipo zonal, como o já proposto pelo Projeto “Jogo das Raparigas”, pode vir a ser um grande passo no desenho do mesmo e na evolução do Futsal Feminino.


- Para que o Futsal Feminino Nacional fosse mais competitivo poderiam existir zonas mais alargadas de competição (Zona Norte, Zona Centro e Zona Sul). Estando ligada a este desporto há alguns anos, qual a tua opinião?
Como já referi penso ser um importante impulso para o Futsal Feminino pois acrescentará uma maior motivação às atletas e uma maior visibilidade e evolução do mesmo. É certamente um novo caminho no Futsal Feminino e, como atleta, espero que a cada passo cresça um desporto que já muitos apaixonou.

- Atualmente a Seleção Nacional de Futsal Feminino está no ativo após alguns anos de ausência. Tens ideia se existe ou não observação de todas as equipas, ou se as equipas técnicas das mesmas são contactadas para ceder informações sobre as suas atletas?
Não faço ideia. Também não é algo que me preocupe, porque trabalho sempre com igual afinco e sobretudo de consciência tranquila. A única coisa que realmente me preocupa é estar sempre em grande nível, em todos os jogos, para ajudar a equipa. Se houver observação tanto melhor, porque assim poderão ajuizar o valor de todas as atletas que trabalham seriamente e que sonham um dia lá chegar.

- Fazendo uma retrospetiva na tua carreira enquanto jogadora, quais foram as maiores dificuldades com que te deparaste até ao momento?
Já jogo há alguns anos e, até ao momento, não me deparei com grandes dificuldades. Talvez um problema ou outro mas nada que a vida não supere. Felizmente sempre tive o apoio dos meus pais, a compreensão dos meus amigos e pessoas que sempre acreditaram, nunca me deixando desistir.


- Enquanto jogadora qual o momento mais marcante que guardas na memória e o que te motiva a continuar ligada ao Futsal Feminino?
O Futsal sempre foi parte da minha felicidade e por isso momentos marcantes são muitos. Guardo com carinho a mudança para o SC Maria da Fonte, clube onde me comecei a formar como guarda-redes, onde ganhamos dois campeonatos distritais, onde cresci e grandes momentos vivi. Lembro também a primeira e última chamada à Selecção distrital da A.F. Braga, a primeira porque, logo no meu primeiro ano, senti uma motivação única num desporto em que acreditaram no meu valor; a última pois saímos vencedoras do torneio Inter-Associações com um grupo que não esqueço.
Por si só é motivante praticar Futsal. Motivam as amizades que criei, todos os momentos que vivi, cada jogo que joguei. Hoje motiva também a equipa onde encontro alegria no trabalho, um orgulho imenso em jogar ao lado de grandes atletas e equipa técnica e a união no projeto de sermos campeãs. Motiva também o ser cada vez melhor e quem sabe, um dia, ter o privilégio de poder defender ao nível das melhores.


- Tens alcunha no Futsal? Como surgiu?
Este ano, na Rede Jovem, surgiu a alcunha Vedetão simplesmente porque fui direta das férias para o primeiro treino da pré-época. A partir daí começou a brincadeira e, pelos vistos, pegou…

- Para finalizar, queres deixar algumas palavras aos seguidores do magiadofutsal e praticantes de Futsal Feminino?
Sim, claro. Dizer a todos aqueles que acreditam no futsal feminino que continuem a apoiar e às praticantes que nunca desistam de fazer aquilo que gostam e acreditar nos seus sonhos.

Fica o agradecimento à guardiã Rita Sá pela disponibilidade e colaboração nesta entrevista e o desejo de continuação de sucesso da sua equipa.

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