No seguimento das alterações ao
regulamento de competição das Taças Nacionais nomeadamente da Taça Feminina,
falamos com o técnico André Teixeira para se pronunciar sobre o novo modelo de
competição.
André Teixeira como sabem tem sido o treinador portuense que mais
vezes esteve presente nas Taças Nacionais e já conquistou duas Taças Nacionais,
uma ao serviço do Alto Avilhó e outra pelo seu actual clube AR Restauradores
Avintenses.
Com estas alterações no
regulamento da Taça Nacional, nada melhor falar com aquele que está por dentro
desta competição e uma das pessoas que mais luta para que o Campeonato Nacional
Feminino de Futsal seja uma realidade.
“Pedro Dias…em dois meses já conseguiu que alguma coisa mudasse”
André Teixeira: Penso que neste momento não
será o ideal, mas aqui deixo o apreço por esta nova direcção em especial ao
Pedro Dias, pois em dois meses já conseguiu que alguma coisa mudasse. Mas
considero que este ano ainda haverão algumas discrepâncias em relação às
equipas, que poderão ser corrigidas daqui para frente.
Artur Moreira:
Segundo a minha opinião, acho que este novo modelo não trará muita mais competitividade
tendo em conta que haverá, salvo raras excepções, uma equipa por Associação, não
achas que seria benéfico para evolução do futsal feminino, mantendo o novo
modelo, um coeficiente de competitividade por associação, para que por exemplo
associações com mais equipas pudessem ter mais equipas nesta Taça Nacional do
que aquelas Associações que apenas têm torneios (e não campeonatos) com quatro
ou cinco equipas?
Artur Moreira: Apesar
da evolução deste modelo onde passamos a ter em primeiro uma fase de grupos e
uma fase para encontrar o campeão, penso que ainda não será o modelo ideal para
o Campeonato Nacional, és da mesma opinião?
André Teixeira: Sim sou, mas tudo tem o
seu inicio e só poderemos alterar ou modificar uma coisa que já existe, por
isso este inicio é fundamental. Por exemplo, pelas conversas que tive com as
minhas atletas, a motivação aumentou bastante e o entusiasmo também, pois só na
primeira fase faremos dez jogos cronometrados onde a competitividade vai
aumentar e esses mesmos dez jogos seriam o que tínhamos no antigo modelo se
chegássemos á final. Penso que o campeão deste ano será mais justo pela
regularidade da prova, pois terá de ser regular na primeira e na segunda fase,
já não depende de um ou dois jogos.
Artur Moreira: Achas viável actualmente
em termos económicos para os clubes, um Campeonato Nacional Feminino com
catorze equipas tal como acontece com os seniores masculinos? Ou defendes um
modelo com duas séries Norte e Sul e depois uma poule com as melhores de cada série,
ou outro modelo competitivo?
André Teixeira: Claro que não, todos nós
sabemos das dificuldades que têm os clubes da primeira divisão masculina para
se deslocarem a Lisboa, quando treinava o Braga eram evidentes as dificuldades
que tínhamos para viajar ou ir no dia anterior. Então se colocarmos isso no
feminino matamos a modalidade á nascença. Penso que três séries seria o ideal e
depois passarem os dois ou três primeiros para uma poule final. E torno a dizer
nunca esquecendo os distritais, para existirem subidas e descidas ao Nacional.
Também digo que existem pessoas com muita qualidade na FPF que estarão atentos
e daqui a três ou quatro anos chegaremos lá concerteza.
“apoio
incondicionalmente os grandes jogos, as grandes equipas, as grandes atletas e
os grandes treinadores”
André Teixeira: Todos sabemos das
dificuldades dos clubes para cumprirem com as suas obrigações desportivas numa
Taça Nacional, e falo de viagem, almoço, lanche, etc. A curto prazo não penso
ser possível essa realidade que apresentaste, mas poderá ser o caminho se a
estabilização do Futsal Feminino for sustentada com este novo modelo. Veremos o
que nos reserva este ano e os próximo dois anos, e assim poderemos reflectir
sobre o que será alterado. Uma coisa é certa eu apoio incondicionalmente os
grandes jogos, as grandes equipas, as grandes atletas e os grandes treinadores,
temos de nos juntar para fazer um grande campeonato de Futsal Feminino e dar
visibilidade ao espectáculo das mulheres no Futsal.





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