As eleições para a Federação Portuguesa
de Futebol trazem uma nova esperança para o futsal nacional. As duas listas
candidatas apresentam um elemento na direção ligado à modalidade, o que é um
sinal positivo face à inexistência dessa figura no elenco atual. Fernando Gomes
– que esteve na apresentação do grupo da UEFA Futsal Cup organizado pelo
Sporting - incluiu na sua lista Pedro Dias, delegado da UEFA para a modalidade,
enquanto Carlos Marta apresenta António Silva Pereira, que também já esteve
ligado ao organismo que tutela o futebol europeu.
Seja qual for a lista vencedora, e não
tomo qualquer partido, certo é que haverá alguém na FPF para defender os
interesses de uma modalidade que tem vindo a crescer no nosso país, em termos
de praticantes e espetadores, mas que tem sido alvo de uma negligência atroz
por parte das entidades competentes. Ainda assim, já fomos campeões europeus de
clubes (Benfica) e atualmente somos vice-campeões europeus de clubes (Sporting)
e pela Seleção Nacional masculina e vice-campeões do Mundo pela Seleção
feminina.
Pode ser que com a nova direção
federativa consiga fazer-se com que as competições internacionais disputadas
pelos clubes (relembro que o Sporting vai disputar, pelo segundo ano
consecutivo, a final-four da UEFA Futsal Cup) e pela Seleção Nacional (que em
dezembro joga em Coimbra o apuramento para o próximo Mundial e em janeiro
disputa o Campeonato da Europa) sejam consideradas de interesse público, para
que não aconteça o mesmo de outros europeus e mundiais: o público não ter
direito a ver os jogos de Portugal no canal que é pago pelos seus impostos.
Pode ser que o novo presidente da FPF
não se ausente de uma final em que participe a Seleção Nacional (lembram-se do
que aconteceu em Debrecen em 2010, quando Portugal alcançou a sua 1.ª final?
Gilberto Madaíl faltou por ir até África representar Platini... que estava na
Hungria) e que finalmente seja criada pelo menos uma seleção nos escalões mais
jovens (falta de competição não pode ser desculpa, quando há que preparar o futuro
da equipa principal).
E que tal a criação de um campeonato
nacional de futsal feminino? Já provámos que temos jogadoras de qualidade, não
só pela competitividade patente sobretudo na Taça Nacional como pelo percurso
da nossa Seleção feminina que vai disputar de 5 a 10 de dezembro o 2.º Mundial
da categoria... como vice-campeãs em título.
Espero ainda que a formação seja mais
levada a sério e que os clubes sejam realmente obrigados a utilizar jogadores
da sua “cantera”, algo que faz do Freixieiro um verdadeiro exemplo, para que
não aconteça o que já vemos em alguns clubes de futebol, formações entrarem em
campo sem qualquer jogador nascido em Portugal.
Estou otimista e acredito que vêm aí
ventos de mudança. Acredito que os candidatos são sinceros quando abordam a
importância da modalidade durante a sua campanha e que não estão apenas à
procura de mais votos; acredito que têm a visão que esta modalidade ainda tem
muito para crescer e que pode dar muitos frutos.
Artigo realizado por Claudia Marques para o Record.pt
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