Segunda mão da final da Taça Nacional Feminina entre a Quinta dos Lombos e o Vermoim, com este último clube em vantagem depois de ter ganho por 2-0 em sua casa. Em casa emprestada (Porto Salvo) a Quinta dos Lombos apresentou-se com a guarda-redes Naty e à sua frente Maria, Sara, Niki e Ritinha. Por sua vez, o Vermoim começou com a guarda-redes Sara e à sua frente Susana, Patricia, Ana e Juliana.
Começamos a descrição daquilo que foi o jogo com uma pergunta ao leitor. É possível o primeiro minuto de um jogo ser decisivo para o resultado final? Em nossa opinião é, e foi aquilo que aconteceu no segundo jogo desta final. Passava pouco mais de um minuto, ainda as equipas não tinham assentado o seu jogo, quando o Vermoim fez o 0-1. Algumas dúvidas quanto à marcadora do golo. Terá sido um auto-golo da camisola 6 da Quinta dos Lombos (Maria) ou com um toque subtil, a camisola 4 do Vermoim (Susana) desviou para a baliza? Esperemos pela versão oficial mas o que não restam dúvidas neste golo é a falha defensiva de alguns elementos dos Lombos, com o erro maior a ser de Maria que, com um toque para trás, deixa Susana na cara do golo, com Naty completamente desprotegida. E porque razão foi para nós um golo decisivo? Porque o Vermoim já tinha ganho na primeira mão e porque se esperava que fossem os Lombos a ir para cima do adversário, tentando marcar rápido para reduzir a diferença de golos. Com o 0-1, os Lombos já não tinham de marcar 3 mas sim 4 golos para ser campeão. O golo condicionou o resto do jogo, o Vermoim moralizou-se ainda mais e os Lombos intranquilizaram-se. Perante este estado de coisas, foi o Vermoim que aproveitou para voltar a marcar. Novo erro defensivo dos Lombos. Desta vez foi Rute a perder a bola em zona proibida, com Ana do Vermoim a sair muito rápido em direcção à baliza e a bola a sobrar para Filipa que só teve de encostar. Com 0-2 no marcador afigurava-se uma tarefa muito complicada para a equipa dos Lombos mas, e a bem da qualidade do resto do jogo, a equipa não desistiu e diga-se a bem da verdade, pelo menos tentou. A treinadora Fernanda Piçarra pede o desconto tempo para passar essa mesma mensagem e o que resulta dessa paragem é o assumir do risco. Os Lombos passam a jogar com a sua guarda-redes Naty adiantada, não na posição central mas descaída para a esquerda. Esta situação trouxe, obviamente, mais posse de bola mas o esférico circulava sempre longe da baliza, com muito poucas oportunidades de golo a surgirem. Aos 17 minutos, surge então um excelente momento da equipa dos Lombos, uma excelente tabela Joana-Zuka-Joana deixa esta última com a baliza à frente e com espaço para atirar e a jogadora dos Lombos não vacila e faz o 1-2, um golo com ajuda de Patricia do Vermoim mas que, em nosso entender, deve ser atribuido à jogadora dos Lombos. Com o golo marcado, a equipa animou-se, os adeptos animaram-se e fizeram questão de se fazer ouvir. E a verdade é que nos últimos 3 minutos da primeira parte a pressão dos Lombos intensificou-se e já dentro dos últimos 10 segundos poderia ter acontecido o 2-2, com Joana a rematar para boa defesa com a perna direita da guarda-redes Sara. Fim de primeira parte intenso, com o Vermoim a sair para intervalo com tudo do seu lado para se sagrar campeão.
A segunda metade, embora sem golos, foi bem disputada. De um lado a Quinta dos Lombos a tentar fazer algo outra vez no 5 para 4 que fizesse a equipa reentrar na discussão, pelo menos da vitória nesta segunda-mão. Do outro lado o Vermoim que aceitou o domínio territorial das adversárias e tentou sempre sair em grande velocidade para contra-ataques muito perigosos, nos quais sobressaiu a guarda-redes dos Lombos (Naty) com, pelo menos, duas grandes defesas, a parar os contra-ataques das visitantes (sem esquecer uma grande saída aos pés de uma adversária que o Vermoim ainda reclamou penaltie mas que a nós nos pareceu um corte limpo, arriscado mas limpo). Com o passar do tempo, as jogadoras dos Lombos foram deixando de acreditar, foram cometendo mais erros e é até um pouco surpreendente que o Vermoim não tenha aproveitado o desânimo visível das adversárias para fazer mais golos. Isso não aconteceu, nem para um lado nem para outro, e o resultado final foi mesmo 1-2 para o Vermoim, um resultado agregado de 4-1 nas duas mãos. Em relação à justiça ou não deste título não nos podemos pronunciar porque não vimos o jogo da semana passada no pavilhão do Vermoim mas quanto a este jogo de Porto Salvo, e pelo esforço e equilíbrio entre jogadoras, o empate não seria mau pensado. Se tivessemos de eleger a figura do jogo como fazemos noutras ocasiões, destacavamos do lado dos Lombos a guarda-redes Naty, que permitiu à sua equipa manter a cabeça fora de água, com grandes defesas a remates que se dessem em golo podiam ter acabado com o jogo bastante mais cedo e até desnivelar o resultado agregado da eliminatória. Do lado do Vermoim, destacamos o conjunto, o bloco defensivo, a entreajuda entre jogadoras que raramente perderam o norte, principalmente nas fases de 5 para 4 das adversárias. De resto parabéns ao público, às claques que nunca se calaram (com destaque para as pessoas que vieram do Norte do país) mas acima de tudo parabéns às duas equipas que ofereceram um bom espectáculo apesar do intensíssimo calor que se fazia sentir. Poucas faltas, respeito muito grande entre jogadoras, pouco ou nenhum protesto para com os árbitros, é isto que o futsal feminino tem para nos oferecer. O futsal masculino tinha muito a aprender com as raparigas, mas pensar assim é capaz de ser utópico e apenas um sonho.
AQUI FICAM OS VIDEOS POSSIVEL COM A ENTREGA DA TAÇA E A FESTA DAS NOVAS CAMPEÃS NACIONAIS! O PÓVOA FUTSAL CONGRATULA O FC VERMOIM PELA SUA PRIMEIRA CONQUISTA NACIONAL NO FUTSAL FEMININO.
FONTE: FUTSALPORTUGAL.COM
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